segunda-feira, 12 de maio de 2014

Pare de reclamar... Comece a mudar!


Primeiramente gostaria de deixar bem claro que eu não sou uma pessoa acomodada, conformada ou alienada. O que pretendo com este post é fazer um pequena reflexão sobre a nossa insistente mania de reclamar de tudo.

Algumas pessoas dizem que estamos vivendo um momento histórico, que a população "acordou", que estamos mudando o Brasil, e são até capazes de comparar as manifestações atuais com as manifestações da época da ditadura. Acredito que o momento pode até entrar para a história, mas não acredito que ele trará alguma mudança significativa.

Quanto à comparação com o que ocorreu na época da ditadura, eu acho simplesmente absurdo. Bem, como não vivi na época da ditadura, não posso dizer assim com tanta propriedade, mas a minha opinião é baseada em tudo que estudei sobre o período. Primeiramente, a ditadura do Brasil iria acabar de qualquer forma, com ou sem o movimento da época. Mas, para mim, a grande maravilha de todo o movimento daquela época é que propunha-se não apenas mudar o Brasil e sim mudar a mente dos brasileiros. As pessoas discutiam políticas e ideologias. As músicas, as peças teatrais, os filmes, as atitudes... Tudo naquela propunha a reflexão sobre a política, liberdade, igualdade. Jovens ricos, questionavam porque tinham tantas mordomias, enquanto haviam outros passando fome. Filhos de militares, enfrentavam os pais, questionando a ditadura, enquanto lhes seria bem mais cômodo gozar de todos os benefícios de serem filhos de militares. As pessoas saíam de suas zonas de conforto, para pensar diferente, fazer diferente. E não apenas exigir mudanças. As pessoas arriscavam suas vidas e as vidas dos seus entes mais queridos simplesmente porque acreditavam que todo o movimento era maior, que a mudança que estava pra ocorrer era maior. Por isso, eu acredito que a maior vitória do movimento não foi o fim da ditadura (como já disse antes, para mim isso ocorreria cedo ou tarde) e sim a mudança de pensamentos e atitudes que ele promoveu.

E é aí que está o problema da atualidade. Muitas pessoas foram para as ruas sem nem saber o que reivindicar. Sem parar para pensar nas repercussões das manifestações. As pessoas estão indo as ruas, mas não estão discutindo sobre política, sobre ideologias. Acreditam que está tudo muito ruim, mas não têm ideia de como fazer para ser melhor. Vão as ruas porque querem mudar o país, mas são incapazes de pequenas atitudes para fazê-lo um lugar melhor. Reclamam da enorme corrupção que se alastra pelo país, mas são corruptas em pequenos atos. A grande maioria deseja que as coisas mudem, mas não sabe como e não querem mudar suas mentes e suas atitudes.

Longe de mim estar satisfeita com o país. Também me sinto envergonhada e revoltada ao ver tantos escândalos de corrupção, tanto dinheiro mal usado e tanta impunidade. Mas acredito que nenhuma mudança drástica ocorre da noite pro dia e que a melhor chance que temos de fazer do Brasil um país melhor é mudando a nos mesmos. Se não temos hoje políticos honestos, vamos criar hoje os políticos honestos de amanhã. Vamos transformar as pessoas desonestas a minoria. Como fazer isso? Educando nossos filhos. Dando a eles exemplos de honestidade, de caráter. Se o pai tem gato de água, luz e TV a cabo, como vai ensinar ao seu filho que é errado roubar?! A desculpa de que "a CEMIG tem muito dinheiro, não tem problema se eu fizer um gato", é praticamente o mesmo pensamento dos nosso políticos corruptos: "o país tem muito dinheiro, não tem problema se eu roubar". Se você tem um gato de luz, a companhia elétrica não ficará com o prejuízo, ela irá repassá-lo aos demais clientes honestos, através de consecutivos aumentos. Sendo assim, a sua desonestidade estará prejudicando diretamente uma pessoa honesta e tornado o "trabalho de ser honesto" ainda mais difícil.

Se não começarmos a ser mais honestos, para que as crianças e os jovens se espelhem na honestidade, continuaremos formando futuros corruptos. Mas se começarmos a mudar a nos mesmos, para que a honestidade seja o nosso valor mais firme, consequentemente nossos filhos seguiram nossos exemplos e, dentro de alguns anos, teríamos um número enorme de pessoas honestas e grandes chances de políticos honestos.

Precisamos, não só de pessoas mais honestas, mas também de pessoas mais inteligentes, que consigam pensar por si mesmas. Mais uma vez, a nossa chance é ensinar isso aos nossos filhos. Como fazer isso? A nossa mente é por si só espetacular, basta exercitá-la. Na minha opinião, a melhor forma de fazer isso é discutindo. Quando a gente discute, a gente aprende outros pontos de vista e a raciocinar sobre eles, a verificar o que nos convence e o que não nos convence, até que ponto estamos certos e quando o outro também pode ter razão. Porque não discutir com nossos filhos assuntos polêmicos? Entender o ponto de vista deles e explicar o nosso (normalmente mais carregado de experiência). E se queremos um país melhor, precisamos incluir a política nas nossas discussões. Pelo que já estudei, ainda não existe um modelo perfeito de organização e sociedade, então, mãos a obra para tentar encontrar, se não o modelo perfeito, o modelo que mais se aproxima da perfeição.

E assim se resume minha opinião, ante de reclamar precisamos de duas coisas: 1 - Saber o que estamos reclamando e propor algo melhor (não propostas utópicas e sim propostas factíveis) e 2 - Mudarmos a nos mesmos e saber que a nossa mudança, se não fizer efeito imediatamente, irá refletir nas novas gerações e fazer efeito no futuro.

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